sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Esclarecimentos

Você precisa entender, que não fui eu que te escolhi, foi o contrário.

Eu Explico:

A beleza é tua, a vontade de fazer tudo com perícia e amor também. É de você que vem esse brilho do olhar que tem o dom de anular todas as chances de eu não me entregar.

Ah...e a força com que encara a vida? O olhar direcionado para lado esquerdo superior de uma tela imaginária, ao falar de suas conquistas. Merecidas e justas conquistas.

Foi sua pessoa que se mostrou impossível de não querer, admirar, sonhar...

A culpa é sua pelo super poder que tens no toque. Na mágica força de acalmar meu trêmulo coração. Coração este que salta a cada vez que minha boca teimosa quer se declarar.

Você que decidiu trazer consigo o inesquecível. E com ele a insistente vontade de não te querer longe. Longe de mim e de tudo que grita por tua presença. A saber: meu peito, corpo e mente.

Diante desse resumo quase vergonhoso em relação  sua imensidão, declaro que que foi sua existência que me encontrou, ao existir bem diante de mim, ante aos meus olhos. Eu apenas não fiz o mínimo esforço para desviar o olhar, a atenção e a vida.

O mundo não é o bastante.

Força Sempre!

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

Impaciência

“Tempo, dá um tempo...
Se toca!
Não percebe quando está atrapalhando?
Custa aliviar?
Não te faz mal ser mau?
Já deu pra ti.
Vai-se!
Sei que eis bom, mas não agora...
Apenas vá
E quando fores, manda ela logo para mim.”

O mundo não é o bastante.

Força Sempre.

domingo, 22 de outubro de 2017

Protagonismo

Nada paralisa mais que a obrigação da contemplação. Como se o melhor lugar para se está fosse os primeiros bancos da plateia. Bem na frente. Primeira fileira.
No palco o espetáculo. Não é estreia muito pelo contrário, as cenas já estão em cartaz há algum tempo. Sim, a estreia coincidiu com cruzar de nossos olhos, depois da ordem de “ação” do diretor maior chamado destino.

Sou sempre o primeiro a chegar, o ultimo a sair. Puxo os aplausos de pé sempre, pois o encanto e emoção renovam-se, dia após dia, noite após noite. Fã? Já passei de fase, já me considero parte do roteiro, da equipe.

Já tentei decorar seu texto, gestos, olhar, expressão corporal. E de fato o fiz, pois meu pensamento cativo a ti fica reproduzindo sua atuação com uma reprise em todos os horários possíveis na minha grade de programação sentimental.

Já me questionei o que acontecerei se invadisse o palco no meio da cena, possivelmente tentariam me impedir. Assim como na vida, a segurança tentaria certamente dificultar, e quase caindo, sufocado pelos quem tentariam bloquear nosso encontro, estenderia a mão para ao menos tocar você. E aqui no meu sonho perfeito você gritaria com todos para me largarem, iria ao meu encontro, se abaixaria próximo ao meu corpo deitado e me levantaria para junto de ti. Quem sabe nessa hora, o canhão de luz destacaria apenas esse momento, seria apenas nós e o silêncio da plateia, vidrada, não se ouviria nada além do que olhares ansiosos, aguardando o ápice da noite. Seu olhar pertinho, sua boca linda, seu cheiro bem melhor que já imaginei. Enfim, o beijo!

Mas nessa hora, os gritos que sinalizavam o fim do espetáculo obrigam meus olhos a abrirem, e lá estava eu novamente de pé sendo o primeiro, mas não o único a aplaudir mais uma perfeita atuação.

As cortinas se fecham, mas apenas lá. Aqui comigo carrego todas as imagens, gostos, cheiros e sensações. Pois definitivamente, para mim, sempre serás a protagonista nesse filme chamado vida.

O mundo não é o bastante.


Força Sempre.

terça-feira, 7 de março de 2017

Se você quiser

É curioso quando as coisas nos fogem das mãos. Quando a simples imposição de nossas vontades e opiniões não são decisivas. E não importa a pureza e carinho empregados nos atos, nunca será apenas por nossa conta.

Haverá sempre uma condicional, uma providencial condição. O fato de termos que expor os porquês do que nos levou a elevar tal situação à posição de especial, evidencia por um lado, todos os pontos lógicos e evidentes de nossa admiração, e por outro, confirma a tese que existem coisas que jamais poderiam ficar no anonimato. Por mais que o simples fato de existir, já faça todo sentido, a exposição dos motivos óbvios de encanto, coloca os holofotes necessários onde o brilho é status quo.

Melhor sabia? Descobri dessa forma que alguns ditos populares, têm sua verdade nuclear, de fato que é bonito é para se mostrar, quanto mais o que excede o belo, é puro, sóbrio e de uma compaixão rara. E se tal exposição merece ser feita, que seja da forma mais primorosa possível.

Não escolhestes a beleza, ela o fez. Junta-se a isso a capacidade de ser marcante, e isso não se condiciona a um convívio por longo tempo, não precisa de muito para deixar as marcas aqui, mesmo quando a presença já se foi, ou até mesmo quando distância entre as partes parece um muro sem fim. Mesmo o tempo, soberano tempo, não tem o poder de roubar seu brilho.

Definimos a importância de alguém na ausência, pois a banalidade da presença esconde o apreço que só aparece na falta. Isso mesmo, à distância e ausência podem ser terapêuticas, e trazem consigo o valor e a importância dos momentos. A possibilidade do toque, do afago, do carinho que se transmite no olhar, tudo isso ganha uma força atômica.

Então que tal saberes de tudo isso agora? Já fazia você desconfiar, pela forma que mostrava o quanto você necessitava enxergar o quanto é especial, hoje torno público o pensamento antes cativo. Que os povos saibam, que as cidades olhem, eis sim tudo isso!

Agora, mesmo que tudo isso se faça conhecido, toda vontade de mostrar o meu bem-querer, meu desejo de ser um auxiliador nesse seu processo de sua existência, deixará você apenas como uma privilegiada telespectadora, você está aqui agora vendo essa revelação da posição mais nobre possível, mas mesmo assim, existe um  porém, a reciprocidade foge da minha esfera de controle. Tenho um limite, uma divisa imposta por sua vontade.

Continuarei a lembrar-te, incansavelmente, sempre, e poderei está ainda mais próximo, quando não fisicamente, de forma quase que mágica, a um fechar de olhos de distância. E garanto que não menos presente. Agora que os argumentos já foram postos, termino que a pergunta inicial, mas só se você quiser.

O mundo não é o bastante.



FORÇA SEMPRE.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2017

Cruzamento

O costume de andar de cabeça baixa nos adestra a viver sem surpresas. É por estarmos com os olhos fitos na calçada que não nos damos o trabalho nem de olhar nos olhos de quem trombamos ao viramos distraídos à esquina. E lá se foi mais uma das vírgulas que talvez fossem interromper o apressado e desatento parágrafo de nossa existência. Foi-se!

Árvores, crianças, um belo cachorro recebendo o carinho do dono, um carro que desde criança apreciamos,  o susto de um descuidado senhor ao ouvir o som de freio de uma carro que quase o atropela, tudo, o mundo passando logo ali, logo aqui. E tendemos a nos transformarmos em mero observadores, deixando o protagonismo de viver, para as pessoas “menos ocupadas” consigo mesmas.

O mais curioso é que apenas substituímos os mundos. Deixamos o mundo real e vivemos o nosso. Dúvidas, riscos, possibilidades, vontades, são vividas sim, mas ali enquanto caminhamos cabisbaixos e concentrado na tela do celular, que nos alerta do mais novo papo interessantíssimo em um dos milhares de grupos virtuais que participamos. Sim, quem disse que a solidão não pode ser compensada? Mero devaneio!

Os passos vão nos alimentando,  enquanto a falta de percepção nos engole a cada movimento que fazemos em direção e esse mundo solitário que decidimos viver. Apenas nós  e nossos sonhos, amassados num papel dobrado num fundo de uma calça jeans que usamos aos fim de semana. Sonhos frágeis!

Mas assim como o semáforo no próximo cruzamento tem o poder de mudar o fluxo dos carros que forma quase que mágica, a vida também tem suas metamorfoses reservadas até para os distraídos como nós. E quando o vermelho do sinal de trânsito permite a passagem das pessoas de uma rua a outra, ele também força-nos a olha para frente e usar do cuidado uma forma de  evitar possíveis acidentes. E ao elevar os olhos, pela primeira vez no dia, vemos um olhar em nossa direção, tão outrora distraída quanto nós, mas que também aproveita para ajudar o destino, fixando por alguns segundos seus  olhos em nós. São segundos rápidos mais decisivos. Olhar que penetrar na alma, e nos faz olhar não só para frente mais para trás e acompanha-lo por toda faixa de pedestre. Primeiro de muitos milagres.

Mas passou, o Sinal abriu, o tumulto vota a reinar nas calçadas. Os andantes, apressados e distraídos pedestres, assim como nós, logo povoam os passeios da rua. E mesmo assustados com tal aparição, voltamos a olhar para baixo, agora não mais com distração, mais como forma de tentar tatuar aqueles segundo mágicos na mente. Tarefa fácil!

Nos apressemos então, pois o próximo semáforo está a três quadras daqui, não podemos perder mais essa nova oportunidade. Nova esperança!

O mundo não é o bastante



Força Sempre