quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Espelho turvo

Qual mais perfeito esconderijo? Aonde ir quando mesmo presente a vontade seria de sumir? Seria esse um lugar? Talvez não, nada mais prático e aceitável que um sorriso.

Não é contraditório, é estratégico. Por isso, vejo nesse gesto uma dos mistérios mais intrigantes de nosso comportamento. Vai além do ato, e nem sempre se resume a ele. Nunca é só aquilo. Num passe de mágica estamos num mundo diferente. Onde jamais saberemos oque ele trás.

Ali no rápido sorriso, milhares de canções são lembradas, muitos olhares ressurgem, o filme passa na tela do imaginário, e as emoções que antes jurávamos furtadas veem a tona. Ou não! O brilho que surgiu dentre os lábio não passa de um grande ator, que apesar das feridas cravadas no peito, decidiu contrariar tudo e todos. Não se trancou no quarto das mágoas e resolver viver, mesmo querendo jamais existir. Pelo menos naquele momento. Ali, o brilho do sorriso em nada lembra a alma doida. Mas ele esta ali. Firme e forte, mais forte que firme, mas ali.

Se não é possível decifrar o causa, me resta admirar a consequência. Sim, se é o que podemos ter, por que não? Até porque difícil explorar algo, se sua própria visão já da todos os motivos de sua existência. Melhor e sentar aqui e observar. Observar não as alegrias ou as lágrimas por trás, mas apenas olhar e ver o sorriso como ele é.

Se nada consigo ver além, ao menos me apego a semelhança dele com a felicidade,  se superficial eu não sei, mais tão bela quanto ela. E se ser feliz não é uma estado constante e sim frações momentâneas, que esse sorriso dure apenas o suficiente para assim como a felicidade, ser uma busca diária. Eu esperarei aqui, sempre.

O mundo não é o bastante


Força sempre