segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Réplica

Diz o dito: quem cala consente!

Replico: Depende!

Decisões rápidas, baseadas em primeiras impressões, trazem uma probabilidade enorme de serem equivocadas, por algumas razões.

O silêncio quase nunca é uma concordância velada. Às vezes, o silêncio é uma barragem, construída pelo coração para não deixar o mar de dúvidas, angustia e saudade que mora lá dentro, saia. Muitos sentimentos assim, descendo mar à dentro, juntos, podem destruir toda uma cidade. É de uma força descomunal.

Quando calamos, torcemos para que a ânsia pela calma externa invada também nosso interior. Colocar as coisas no lugar, como um hábil promotor de vendas, que organiza seus produtos numa prateleira, deixando todos no seu devido lugar, ao alcance das mãos.

A falta de palavras, jamais será reflexo de falta de pensamento ou sentimento, alias, quando algo fica tão grande que não sabemos como expor, a melhor saído é não expor. A exposição desorganizada pode confundir, tanto quem sente, quanto despertou tamanho querer.

No silêncio, gritamos, queremos, amamos, nos iramos, mas logo perdoamos. Tudo isso sem dizer uma só palavra. E nesse diálogo interno e solitário, criamos histórias, construímos castelos, somos reis, e lutamos contra o bárbaro opositor. Somos forte, fracos, amigos, contamos piadas, e até imaginamos um passeio numa tarde de sol. E por incrível que pareça, até gritamos.

O silêncio também enaltece os olhos. Quando nada dizemos, concentramos nossa atenção no olhar, e eles como grandes e transparentes janelas, dirão tudo que a boca trancou. Até nisso ele ajuda. Valorizarmos não que dizemos mais que sentimos. Não há como calar o olhar.

Para quem defende o silêncio acho que falei demais, não quero entrar em contradição com meus argumentos. Esperarei a tréplica, adivinha como? Exatamente assim como você pensou. Psiuuuu!

O mundo não é o bastante



Força Sempre