Diz o dito: quem
cala consente!
Replico: Depende!
Decisões rápidas,
baseadas em primeiras impressões, trazem uma probabilidade enorme de serem
equivocadas, por algumas razões.
O silêncio quase
nunca é uma concordância velada. Às vezes, o silêncio é uma barragem, construída
pelo coração para não deixar o mar de dúvidas, angustia e saudade que mora lá
dentro, saia. Muitos sentimentos assim, descendo mar à dentro, juntos, podem
destruir toda uma cidade. É de uma força descomunal.
Quando calamos, torcemos
para que a ânsia pela calma externa invada também nosso interior. Colocar as
coisas no lugar, como um hábil promotor de vendas, que organiza seus produtos
numa prateleira, deixando todos no seu devido lugar, ao alcance das mãos.
A falta de
palavras, jamais será reflexo de falta de pensamento ou sentimento, alias,
quando algo fica tão grande que não sabemos como expor, a melhor saído é não
expor. A exposição desorganizada pode confundir, tanto quem sente, quanto
despertou tamanho querer.
No silêncio,
gritamos, queremos, amamos, nos iramos, mas logo perdoamos. Tudo isso sem dizer
uma só palavra. E nesse diálogo interno e solitário, criamos histórias, construímos
castelos, somos reis, e lutamos contra o bárbaro opositor. Somos forte, fracos,
amigos, contamos piadas, e até imaginamos um passeio numa tarde de sol. E por incrível
que pareça, até gritamos.
O silêncio também
enaltece os olhos. Quando nada dizemos, concentramos nossa atenção no olhar, e
eles como grandes e transparentes janelas, dirão tudo que a boca trancou. Até
nisso ele ajuda. Valorizarmos não que dizemos mais que sentimos. Não há como
calar o olhar.
Para quem defende
o silêncio acho que falei demais, não quero entrar em contradição com meus
argumentos. Esperarei a tréplica, adivinha como? Exatamente assim como você
pensou. Psiuuuu!
O mundo não é o
bastante
Força Sempre