Nada paralisa mais
que a obrigação da contemplação. Como se o melhor lugar para se está fosse os
primeiros bancos da plateia. Bem na frente. Primeira fileira.
No palco o
espetáculo. Não é estreia muito pelo contrário, as cenas já estão em cartaz há
algum tempo. Sim, a estreia coincidiu com cruzar de nossos olhos, depois da
ordem de “ação” do diretor maior chamado destino.
Sou sempre o primeiro a chegar, o ultimo a sair. Puxo os aplausos de pé sempre, pois o encanto e emoção renovam-se, dia após dia, noite após noite. Fã? Já passei de fase, já me considero parte do roteiro, da equipe.
Já tentei decorar seu texto, gestos, olhar, expressão corporal. E de fato o fiz, pois meu pensamento cativo a ti fica reproduzindo sua atuação com uma reprise em todos os horários possíveis na minha grade de programação sentimental.
Já me questionei o que acontecerei se invadisse o palco no meio da cena, possivelmente tentariam me impedir. Assim como na vida, a segurança tentaria certamente dificultar, e quase caindo, sufocado pelos quem tentariam bloquear nosso encontro, estenderia a mão para ao menos tocar você. E aqui no meu sonho perfeito você gritaria com todos para me largarem, iria ao meu encontro, se abaixaria próximo ao meu corpo deitado e me levantaria para junto de ti. Quem sabe nessa hora, o canhão de luz destacaria apenas esse momento, seria apenas nós e o silêncio da plateia, vidrada, não se ouviria nada além do que olhares ansiosos, aguardando o ápice da noite. Seu olhar pertinho, sua boca linda, seu cheiro bem melhor que já imaginei. Enfim, o beijo!
Mas nessa hora, os gritos que sinalizavam o fim do espetáculo obrigam meus olhos a abrirem, e lá estava eu novamente de pé sendo o primeiro, mas não o único a aplaudir mais uma perfeita atuação.
As cortinas se fecham, mas apenas lá. Aqui comigo carrego todas as imagens, gostos, cheiros e sensações. Pois definitivamente, para mim, sempre serás a protagonista nesse filme chamado vida.
O mundo não é o bastante.
Força Sempre.