Aprendi vendo
saudosos filmes à tarde que devemos seguir a luz. Mas de luz falavam? Sempre
busquei entender tal fato. O tempo passou, e quando já havia esquecido tal
busca, eis que me veio ao encontro. Tudo bem que não se tratava de uma estrela
surgindo do nada ou um rastro de meteoro no fim do horizonte.
Era um pequeno
ponto, e não vinha do céu, mas dos olhos de alguém (que duvido que também não
tenha vindo como anjo). Mas assim como nas telas, era linda, e com certeza
fazia jus a todas as informações e qualidades relatadas pelos poucos videntes
privilegiados.
Não mais invejo os "agraciados", pois agora sou testemunha ocular do fato. É bom falar com
conhecimento de causa né? Já não é mais um encanto que alguém relatou, eu o vi.
A alegria já não é refletida em sorriso alheio, eu também sorri. Nem vou falar
o quanto é bom, pois sempre queremos as surpresas só para nós. Não vejo isso
como egoísmo, mas como um cuidado; de quem sabe a raridade de tal fato, da
convicção que momentos como esses são tão únicos que temos a sensação que a
missão já foi cumprida, que todas as surpresas vindouras serão de menor sentido.
Tão forte quanto o
encontrar é tentar esquecer, não que queiramos, mas pela simples razão de ser impossível.
Sabendo de tal
raridade, meu esforço mudou de foco. Agora com a mesma força que buscava,
cuidarei. Simplesmente porque a magia das coisas está na valorização que a
damos, na capacidade de fazer cada segundo se sentir com um século, cada
pequeno sorriso se sentir um palhaço em um picadeiro, fazer cada toque um
abraço forte e apertado num dia de chuva.
E sempre que ver alguém
já cansado e quase desistindo de buscar a tão sonhada alegria duradoura, e
falaria em alto e bom tom: busque a luz, ela existe, é deslumbrante e
modificadora. Eu a vi.
O mundo não é o bastante
Força Sempre